terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ao meu avô

O forte?
Desaba
A firmeza
Se encurta.
Geme
Emociona
Caduca
E como como questiona
Seus netos
Os fracos
Seus filhos
Aos cacos
(A largar as cobertas).
Os votos
As angústias
E as caretas
Meu Deus!
Quê fizestes daquela fortaleza?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Seus olhos vidrados naquela cachoeira
no brilho das pedras e no estardalhar das risadas
Mas nem aos poetas já pertenceu a lua
e o escorrer do tempo não esperou por ela.
Pudesse quem sabe incendiar o hábito
(dos padres,frades e freiras?)
E o cinza não engoliria a aquarela.
Ela mente
sorri
graceja
Transmuta em céu azul o que é noite de tempestade
Enquanto em seu peito rugem os trovões e os fantasmas do passado.
As torrentes mudaram, as fotos amarelaram
(tais os amigos que se foram)
Violentas são agora suas corredeiras
Estranha a mudez de seus porta-retratos.
Dobra os joelhos e faz uma prece-
cerram-se,enfim, seus olhos vidrados.
Sonha com o que eram vitrines e bonecas de cera.
Cacos ao chão e vidro em pedaços.